Nascimento: 1555 Natural de Olinda (PE). Frequentou a escola para meninas mantida por Branca Dias, na mesma cidade. Casada com Bartolomeu Ledo, oleiro. Durante a visitação do Tribunal do Santo Ofício a Pernambuco, entre 1593 e 1595, apresentou denúncias contra Bento Teixeira, do qual disse que "ouvira dele mesmo que, a pedido de Violante Fernandes" - filha de Branca Dias - "costumava ele traduzir verbalmente a Bíblia para o português", tendo sido relatado por Teixeira, em sua defesa, de modo a desacretidar outro denunciante, Frei Damião da Fonseca, que "o dito frade tinha acesso com uma Isabel Raposa e Ana Lins, mulheres casadas, e com outras muitas", a suspeição de parcialidade com relação ao frade e a Ana Lins tendo sido aceita pelos inquisidores. Apresentou também denúnicas de judaísmo contra Branca Dias, então já falecida, e suas filhas, referindo fatos ocorridos no início da década de 1560, quando era aluna da primeira, à qual acusava de guardar os sábados, abster-se de certos alimentos e outras práticas. Andresa Jorge, outra filha de Branca Dias, tendo sido processada pela Inquisição, presa e enviada a Portugal, em virtude de denúncias de judaísmo apresentadas, dentre outros, por Ana Lins, em sua defesa declara que "Ana Lins, mulher de Bartolomeu Ledo, mameluca, era sua inimiga há mais de 30 anos e o fora de sua mãe Branca Dias Coronel, por a acusar de ter matado com peçonha o pai dela Rodrigo Lins, 'sendo mulher infame e de má vida e costumes e acusada de ter acouçe em sua casa e seu dito é nenhum'". (cf. Wiederspahn, Lins (Lynsen, Linns, Linss), p. 315; Mello, Gente da nação, p. 85, 100; 105; 117-118; 148)