Nascimento: séc. XVII-XVIII Natural e batizado na freguesia de São João da Foz, cidade do Porto (Portugal). Transferindo-se para o Brasil, fixou-se em Guarapiranga (atual Piranga, MG), onde possuía fazenda no Ribeirão de São Gonçalo, com roças e lavras, outras lavras no rio Pirapetinga. Foi casado com Maria das Neves Moreira, de quem teve os filhos abaixo. Ditou seu testamento em 2 de julho de 1774, falecendo em 28 de janeiro de 1777. (cf. Casa Setecentista de Mariana, apud www.paginasdofuturo.blogspot.com.br: "Anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos e setenta e quatro annos aos dous dias do mês de julho do dito anno nesta Freguesia de Nossa Senhora da Conceyção da Guarapiranga em o citio chamado São Domingos donde assisto eu Antonio Luis de Miranda estando são e bem de saúde em meo perfeito juízo e entendimento (...). Meu corpo será amortalhado em hum habito de São Francisco de quem sou indigno irmão professo na sua venerável ordem terceira da cidade de Mariana e sepultado na Matriz na Matriz [sic] pelo reverendo Parocho, e mais oito sacerdotes, os quais todos dirão missa de corpo prezente (...). Será meu corpo acompanhado pelas irmandades do Santíssimo, Senhora da Conceyção e almas, e ser sepultado em hua sepultura da Senhora da Conceyção porque de todas ellas sou irmam (...). Instituo por meos testamenteiros bemfeitores, administradores e procuradores de meos bens em primeiro lugar a meu filho o Padre Salvador Martins de Miranda, em segundo a meo filho Antônio Martins Moreira, em terceiro a meo irmão Manoel Martins de Paiva (...). Declaro que sou natural e baptizado na freguezia de São João da Fós junto a cidade do Porto filho legítimo de Antonio Luis de Miranda e de Anna Martins Paiva ambos já falescidos = Declaro que fui cazado a face de Igreja com Maria das Neves Moreira já falescida e do dito matrimonio teve oito filhos a saber quatro machos e quatro fêmeas Francisco, Antonio, Salvador, e Manoel, Maria, Florencia, Anna e Flavia, e todos estes meos filhos aqui nomiados instituho por meos universaes erdeiros (...) e declaro a que os dotes, cavalos delles, que tenho dado as minhas filhas que se achão cazadas a Francisco já falescido no Rio das Contas por ser cazado erdao seos filhos por elle e nada lhe tenho dado, a Maria quando a casey com Francisco de Faria Seixas que Deos haja, lhe dei em dote onze escravos, hum cavalo sellado enfreado, hua cama com seos preparos, e hua colxa de Damasco, varias colheres e garfos de prata, ouros lavrados, e vestuário, que tudo emportou o milhar de oito mil cruzados = a Florência quando a casey com o Capitam Antonio de Souza Ferreira lhe dei em dote em ouro cinco mil cruzados, hum cavallo sellado enfreado, e alem do dote lhe dei mais hua escrava por nome Jozefa, e hua criola filha da mesma, por nome Christina, e vários trastes de ouro lavrado = a Ana quando cazou com Belchior de Azevedo Duarte lhe dei em dote quatro escravos três negros e hua crioula por nome Maria que dei a hua neta minha filha da dita por nome Anna, e so os escravos me custarão seiscentos mil reis que os comprei para lhe dar, alem disso lhe dei mais hum cordão de ouro que pezava des oitavas pouco mais ou menos = a Antonio lhe dei dous escravos por nomes Domingos Trombeta, e Domingos Boma = ao Salvador lhe fes o Patrimônio para se ordenar, como se ordenou na fazenda do Itacolumi e lhe dei mais hum crioulinho por nome Antonio, o qual elle criou e lhe ficou oara seu pagem, e a fazenda foi junto com os seos pertences rossas e lavras velhas, cazas e Payol e foi avaliada em três mil cruzados = o Manoel morreu de menor idade e Flavia nunca lhe dei nada por viver sempre na companhia de seo irmão o Padre Salvador e criou esta em sua companhia quatro crioulinhos por nomes Theodora, Anna, Romana, e Micaella, as quaes vestia a sua custa estas ditas criolas lhas deu muito de minha livre vontade para ajuda de seo viver (...). = Declaro mais que a dita minha filha Flavia possui três escravos e hum crioulinho os quais escravos adquirio vivendo na companhia de seo irmão o Padre Salvador (...). = Declaro que os bens que ao prezente possuho são os seguintes, esta fazenda em que vivo no Ribeiro chamado de São Gonçalo com rossas, e lavras no mesmo Ribeiro onde tenho roda de minerar, e outras terras e lavras no rio da Pirapetinga que partem com lavras do Tenente Coronel Gragório de Mattos humas outras como dos títulos consta, e a de planta partem com os vezinhos com quem a muitos annos vivo de pas, e socego, assim mais possuo trinta e dous escravos (...). = Delcaro que o meo filho Francisco que Deos haja a muitos annos lhe entreguei quatro negros paramos a rumar e trazer na sua lavra do Rio das Contas a jornal como de algumas cartas que delle tenho escripta delles escravos nunca recebi nada (...). = Declaro que o mesmo meo filho Francisco comprou a meo irmão Manoel Martins Paiva oito escravos (...). = Declaro que minha irmã Marianna Luiza de Paiva que Deos haja moradora em Sam João da Fós por seo falescimento me deixou por seo herdeiro como do testamento com que falesceo consta da qual he testamenteira minha prima Marianna Jozefa moradora em Miragaya, emos testamenteiros tomarão consta a dita testamenteira dos bens que me pertencem na caza que foi de meo pay do que nella me pertence da herança de minha irmaa Marianna e como fomos quatro irmaons e o mais velho chamase Francisco e este auzentouse para a Castella e lá morreu Marianna que falesceo a três ou quatro annos e so existo nestas Minas eu e meo irmão Manoel (...). = Declaro que sou testamenteiro do defunto meo sogro Francisco Martins Moreyra e já dei constas do pio e se me falta dar contas afinal meos testamenteiros (...) cuidaram na sua conclusão (...). = Declaro que minha filha Maria das Neves por falescimento de seo marido Francisco de Faria Seixas veyo para minha companhia")
