Nascimento: 1770 Batizado em Santa Luzia (MG), em 15 de maio de 1770. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal. Residiu até os dezenove anos, com seus pais, em Cahoeira do Campo (MG). Depois da morte do pai, transferiu-se para o Serro (MG), onde ensinou latim e exerceu, por breve tempo, o cargo de escrivão de órfãos. Retornou a Cachoeira do Campo, onde lecionou latim e permaneceu por pouco tempo, mudando-se, com a mãe e a irmã solteira, Rita Maria de Jesus, para Itaverava (MG), onde viveu por mais de sessenta anos. Ordenou-se em 22 de dezembro de 1810. Exerceu em Itaverava também as funções de fabriqueiro e sacristão, e, "com licença de S. Excia. Rvma.", ensinava também as primeiras letras e latim. Foi Deputado Provincial. Ficou famoso por seus conhecimentos jurídicos, como se lê no Correio Oficial de Minas, publicado em Ouro Preto (MG), em 26 de janeiro de 1860, a propósito de seu nonagésimo aniversário: "O Padre Antonio Ribeiro de Andrade, uma das glórias do foro mineiro, conta hoje 90 anos de idade. Destes, sessenta e cinco foram gastos no exercício da advocacia, em que tornou-se tão habil que seus escritos são ainda no presente respeitados, lidos com atenção pelos homens que mais se distinguem no conhecimento de nossa legislação. Ainda hoje, posto que inteiramente cego, jazendo há anos no fundo de uma cama, recebe dos pontos mais longínquos de nossa província litigantes que vêm consultá-lo". Em Minhas recordações, anota o Ministro Francisco de Paula Ferreira de Rezende: "Havia na freguesia de Itaverava um advogado muito velho que se chamava o Padre Ribeiro e que era conhecido em toda aquela redondeza como o maior de todos os chicaneiros. Homem muito inteligente e que em outros tempos tinha sido deputado provincial e exercido alguma influência, esse Padre Ribeiro estava agora completamente entrevado no fundo da cama e creio que nem mesmo o alimento ele já o tomava por suas mãos... Apesar deste seu estado e da sua muito grande velhice, o Padre Ribeiro, que era um homem extremamente espirituoso, nunca cessava de dizer graças e graças que pareciam inteiramente dissonantes na boca de um padre, nem tampouco chegou jamais a perder a perfeita lucidez da sua tão notável inteligência". Faleceu na mesma cidade, aos noventa anos, em 26 de janeiro de 1860. (cf. Trindade, Velhos troncos mineiros, v. 1, p. 155-156)
