Jeronymo de Albuquerque, o Adão Pernambucano (Jeronimo de Albuquerque)
Nascimento: séc. XVI Conhecido como o Adão Pernambucano, uma vez que teve, conforme Barreto, trinta e cinco filhos com diversas mulheres, atribuindo-se-lhe uma biografia com toques lendários. Natural de Portugal, transferiu-se para o Brasil em 1535, na companhia de seu cunhado Duarte Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco, local onde viveu durante cinquenta anos. Participou das lutas contra os índios, tendo perdido um olho num combate, em 2 de janeiro de 1547. Na mesma ocasião, foi feito prisioneiro e "amarrado com cipós (...). Levado à presença de Ubira Ubi ou Muyra Ubi, morubixara dos tabajaras, foi condenado à morte. Planejou-se o festim para a lua proxima, conforme tradição da tribu e decisão do conselho. Salvou-o a princesa Muira Ubi, filha do valoroso Morubixaba, depois batizada com o nome de Maria do Espírito Santo Arco Verde, levando-o, sorrateiramente, ao acampamento dos caraibas, ou, segundo Borges da Fonseca, intercedendo junto ao pai, e protestando também morrer se executassem o prisioneiro, em 1549." (Barreto, Os primitivos colonizadores nordestinos, p. 183). Com Maria do Espírito Santo Arco Verde teve os filhos Manuel, André, Jerônimo, Catarina, Isabel, Antônia, Joanna e Brites. Consta que a rainha D. Catarina, tutora de D. Sebastião, ordenou-lhe que se casasse com Felipa de Melo, conforme a seguinte carta: "Porquanto nos consta estares vivendo nessa conquista nova a lei de Moysés, com tresentas concubinas, mau exemplo para um povo novo, vos ordeno casais com uma filha de D. Cristóvão Melo que vai a meu serviço à Bahia". Consta que, "por estar velho", para a realização desse casamento "lhe foi exigido o dote de dez mil cruzados". (Barreto, op. cit., p. 196-197). Com Felipa Melo, Jerônimo de Albuquerque teve os filhos João, Afonso, Cristóvão, Duarte, Jerônimo, Cosma, Felipa, Isabel, Maria, Jorge e Luisa. Teve ainda, com uma mulher de origem portuguesa de nome desconhecido, a filha Simoa. Com mulheres indígenas, foi ainda pai de Tomé, Francisco, Gaspar, Lopo, Pedro, Felipe, Antônio, Salvador, Jorge, José, Anna e Maria. Com mulheres de origem africana, teve Joanna, Felipa e Jerônima. Faleceu em Olinda, em 22 de fevereiro de 1584. (cf. Barreto, op. cit., p. 174)