Nascimento: 23/1/1871 Natural de Mariana (MG), foi jornalista e poeta. Com apenas um ano, transferiu-se com a família para São João del Rei (MG), onde fez o curso secundário no Colégio Oficial, tendo sido aluno de seu pai e colega de Basílio de Magalhães. Aos quinze anos mudou-se para Ouro Preto (MG), onde terminou o Curso de Humanidades, dedicando-se também à leitura, na biblioteca da cidade, anexa ao Liceu Mineiro, de autores como Voltaire, Rousseau, Balzac, Flaubert, Zola, Victor Hugo, Herculano, Camilo, Castilho, Latino Coelho, além de Lamarck, Comte e Spencer, que o teriam tornado um "livre pensador". Foi ainda nessa época que começou a cooperar com o jornal Alvorada de Minas, de propriedade de seu pai. Em férias, no ano de 1888, fundou em São João del Rei o jornal O Tribunal, em que, dentre outros trabalhos, publicou, em 21 de abril, o poema Tiradentes. Em março de 1889, transferiu-se para São Paulo (SP), onde se matriculou na Faculdade de Direito e passou a frequentar as rodas literárias daquela cidade. Nessa época, atuou como um dos redatores do Diário de Santos. No fim de 1893, regressou a São João delirei e, no ano seguinte, voltou para Ouro Preto e frequentou a Academia Livre de Direito. Em mais uma reviravolta, ingressou no Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, em Mariana, ordenando-se sacerdote em 18 de dezembro de 1897. Ainda em Mariana, dirigiu o jornal da diocese, O Viçoso, cujo nome mudou para O Dom Viçoso. Em virtude de conflitos naquela cidade e, em seguida, em São João del Rei, onde atuou como capelão da Santa Casa de Misericórdia por dois anos, mudou para o Rio de Janeiro (RJ), passando a militar na imprensa e frequentar rodas literárias. Censurado pelo arcebispo Arcoverde pela atividade jornalística, teria respondido: "trabalho em jornais porque não desejo vender o sangue de Cristo..." Em seguida, abandonando o sacerdócio, partiu para Paris (França), onde passou o restante de sua vida. Consta que teria retornado ao Brasil raras vezes e apenas uma a Belo Horizonte (MG), em 1915. Em Paris, produziu muito de sua obra literária, colaborando ainda com o Mercure de France, em que manteve coluna com o título de Lèttres Brésiliennes. Atuou como adido cultural da Embaixada Brasileira em Paris. De sua obra constam o livro de poemas Mysterios (Lisboa, Livraria Aillant & Bertrand, 1920), Cartas paulistas (Santos, Typographia de O Diario de Santos, 1890), Eduardo Prado: páginas de crítica e polêmica (São Paulo, N. Falconi & Cia, 1905), O meu Flos Sanctorum (Porto, Livraria Chardron, 1908). Faleceu em 13 de novembro de 1931, tendo sido enterrado no mausoléu da Família Gary, no departamento de Aube, nos Pirineus. (cf. Aquino, Mons. Almir de Resende. Traços biobibliográficos de José Severiano de Rezende, in www.saojoaodel-rei.blogspot.com)