Nascimento: 1754 Natural do arraial de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós (atual Conselheiro Lafaiete, MG), comarca do Rio das Mortes, cf. o seguinte registro de batismo: "Em 20 de junho de 1754, o vigário de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, Padre Simão Caetano de Morais Barreto, foi à capela de São Caetano do Paraopeba e batizou a Manuel, filho legítimo do Capitão Manuel Rodrigues da Costa e de Dona Joana Teresa de Jesus, moradores na freguesia de Borda do Campo, na capela de Ibitipoca". Ordenou-se em Mariana e vivia com sua mãe, já viúva, na Fazenda do Registro Velho, freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (atual Borda do Campo, MG). Envolvendo-se com a Inconfidência Mineira, prestou depoimentos no dia 30 de junho de 1789, e 22, 29, 30 e 31 de agosto do mesmo ano, tendo sido acareado com o Coronel José Ayres, o Coronel Francisco Antônio, o Padre José Lopes e outros. Em seu depoimento, "declarou ter trinta e cinco anos e viver de suas ordens. Expôs, em resumo, o seguinte. Mais ou menos pelo tempo da chegada do Visconde de Barbacena, passando em sua fazenda o 'Alferes Joaquim José da Sylva, por alcunha o Tiradentes', queixou-se ao respondente dos governadores das minas, que estavam assoladas, sendo insuportável o despotismo, especialmente do governador Luiz da Cunha Menezes. Acrescentou o mesmo que os governadores e os seus criados vinham enriquecer-se aqui; e exaltando as riquezas e os recursos deste país, disse que aqui se deveria erguer um império , e se encontrasse apoio dele, ele, Tiradentes, poria livre esta terra. Observando a 'soltura' com que falava o dito Alferes, procurou o respondente ao Coronel José Ayres Gomes e perguntou-lhe 'se havia conversado com aquele Tiradentes'. Respondeu-lhe o Coronel que já sabia daquilo, como de tudo já estava também informado o Visconde, pois que ele já lh'o havia contado. Perguntou-lhe o respondente: Então, por que não providencia? A seu tempo, respondeu o Coronel. Depois que se fizeram as prisões, é que o respondente ouviu falar no projetado levante. Passando o Coronel Joaquim Silvério dos Reis pela casa do respondente, em viagem para o Rio, disse-lhe que ia obter uma carta de proteção do Vice-Rei para o Doutor Intendente, e gabou-se de haver conseguido do General a suspensão da derrama, em atenção ao estado da Capitania. O respondente, porém, desconfiou que a ida do Joaquim Silvério dos Reis ao Rio tivesse outros fins. Quando o Alferes Joaquim José voltou ao Rio pela última vez, disse ao respondente que ia 'a certa dependencia de humas agoas, sobre que lhe mostrou huns despachos' e disse também que ia cuidar do assunto já falado, 'relativo á liberdade da America'. A isto, retrucou o respondente ao dito Alferes, 'que o Demonio o andava tentando afazer alguma desordem que lhe havião de cortar a cabeça'. Ouviu dizer também, antes das prisões, que o Coronel Alvarenga fazia parte daquela desordem" (apud Santos, A Inconfidência Mineira, p. 305-306). Em 1801, o Padre Fabiano da Costa Pereira, tio de Manoel, escreve, de Lisboa, a seu irmão João da Costa Pereira, ter "chegado em Lisboa no ano passado, onde achei o nosso sobrinho Padre Manuel Rodrigues da Costa, com quem assisto no Convento de São Francisco da (...) tratam da sua soltura, que julgo será breve, querendo Deus pretendo passar com ele à cidade do Rio de Janeiro" (apud Almeida, Esboço genealógico, p. 160). Faleceu, em Borda do Campo, em 1848, aos noventa e quatro anos.