Nascimento: 13/12/1867 Seu nome de batismo era Antonio Severiano Nogueira, o qual ele posteriormente mudou para Napoleão Reys. Natural de Lamim (MG), onde começou os estudos de gramática latina com o Professor Francisco da Costa Barros, na Fazenda do Barroso. Estudou no Seminário de Mariana, transferindo-se depois para o Seminário do Caraça, onde foi matriculado em 8 de outubro de 1881 (matrícula no. 1459). Desde os quinze anos começou a dar aulas particulares em Lamim, tendo ensinado, em seguida, no Colégio Abílio, de Barbacena (MG). Aos dezessete anos, seguiu para Casa Branca (SP), onde ensinou no Colégio São Vicente de Paulo. Em São Paulo e no Rio de Janeiro (RJ), para onde seguiu pouco depois, dedicou-se à propaganda abolicionista e republicana. Em março de 1890, matriculou-se na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, e, tendo sido acometido por beribéri, foi removido para Porto Alegre (RS), onde teve baixa no exército em 11 de abril de 1891. De volta ao Rio de Janeiro, passou a lecionar no Colégio Alfredo Gomes, de que se tornou Vice-Diretor. Durante todo esse tempo, dedicou-se ao estudo de línguas, fazendo-se fluente em latim, espanhol, italiano, francês, inglês, alemão e japonês. Estudou ainda grego, russo, árabe, hebraico e tupi-guarani. Em 1893, serviu como Tenente de Artilharia na Fortaleza de São João, participando dos confrontos das forças governamentais, comandadas pelo Marechal Floriano Peixoto, então Presidente da República, com a esquadra revoltosa sob o comando do Almirante Custódio José de Melo. Em 1894, entrou para a Diretoria Geral dos Correios, de onde saiu, em 1899, para o Ministério das Relações Exteriores, por ter sido aprovado em concurso para o cargo de 3o. Oficial, tendo-se tornado, posteriormente, Diretor de Seção. Em 1914 foi comissionado para servir como Adido às legações do Brasil em Paris, Tóquio e Pequim, no caráter de Ministro-Presidente. Enquanto esteve em Londres (Inglaterra), estudou sânscrito e hindi com o Professor Sákar, secretário da Northbrooke Society (Sociedade de Jovens Hindus e de Metrópole Britânica), bem como teosofia. Estava em Paris (França), quando estourou a Primeira Guerra Mundial. No mesmo ano, foi enviado para o extremo Oriente, via Nova York, cidade em que fez conferências sobre teosofia, tendo ainda percorrido os Estados Unidos e visitado as exposições de San Diego e San Francisco. Seguiu então para Honolulu e o Japão, onde morou durante um ano. Foi então mandado, como Enviado Especial e Ministro Plenipotenciário, a Pequim (China), a fim de assistir aos funerais de Juan Shih Kai, presidente daquele país, onde permaneceu por dois anos, visitando ainda a Coreia e a Manchúria. Em Pequim, estudou mandarim, com o letrado Fang, até o ponto de falá-lo fluentemente. De volta ao Brasil, fixou residência no Rio de Janeiro. Colaborou com os jornais Província de Minas e Vela do Jangadeiro (de Ouro Preto, MG), Jornal do Comércio (de Juiz de Fora, MG), Minas Gerais (de Belo Horizonte, MG), O Paiz, Brasil Ferro Carril, Jornal do Comércio e A Pátria (do Rio de Janeiro). Foi membro da Japan Society of London e da Sociedade Teosófica da Inglaterra e de Gales. Fundou diversas bibliotecas, em especial a Biblioteca Laminense, instalada em 1897 e que chegou a ter cerca de quinze mil volumes, tendo distribuído, ao longo de treze anos, cerca de oitenta mil volumes para as diferentes bibliotecas públicas que criou. Casou-se, em 15 de novembro de 1893, com Maria de Azevedo Peçanha, de quem teve cinco filhos, dos quais sobreviveram três os abaixo. Faleceu no Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1935. (cf. Horta, Biografia de Napoleão Reys; Lins, Homens de febra, p. 129-136)
