Nascimento: 8/10/1855 Natural de Bom Despacho (MG). Estudou no Colégio do Caraça. Engenheiro pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1878). Foi Engenheiro-Superintendente da Companhia Belga da Estrada de Ferro Pintangui-Patos e Juiz de Paz em Santo Antônio de Patos, atual Patos de Minas. Iniciou sua carreira política ainda durante o período imperial, como deputado provincial pelo Partido Liberal, entre 1880 e 1883. Em 1890, já no período republicano, elegeu-se deputado estadual. Em 1894, chegou à Câmara Federal, na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM). Obteve, a partir de então, sucessivos mandatos, permanecendo na Câmara até 1910. De 1914 a 1918, ocupou o cargo de inspetor-geral do Serviço de Vias Férreas do Ministério de Viação e Obras Públicas, no governo de Venceslau Brás. Após alguns anos afastado da vida pública, elegeu-se vice-presidente do estado de Minas Gerais, em 1922, na chapa encabeçada por Raul Soares. Exerceu o governo por alguns meses, em virtude da doença e do falecimento do presidente estadual. Elegeu-se ainda, nesse período, para o Senado de Minas Gerais (1922). Em 1930, foi indicado por Antônio Carlos para sucedê-lo no governo mineiro, quando já contava mais de 70 anos de idade. Ao mesmo tempo, as forças políticas dominantes no estado se alinhavam no plano federal à Aliança Liberal, coligação que lançou o gaúcho Getúlio,Vargas à presidência da República, em oposição ao candidato situacionista, Júlio Prestes. Eleito para o governo de Minas e empossado em setembro de 1930, Olegário hesitou em apoiar o movimento revolucionário articulado pelos membros mais exaltados da Aliança Liberal com o objetivo de depor o presidente Washington Luís e evitar a posse de Júlio Prestes. Sua adesão ao movimento só se deu após consultas ao ex-presidente Artur Bernardes. Vitorioso o movimento insurrecional, deflagrado em outubro de 1930, Olegário foi o único governante estadual mantido em seu posto por Vargas, que nos demais estados optou pela nomeação de interventores federais. Isso não evitou, porém, que nos anos seguintes a política mineira passasse por um processo tumultuado, não muito diferente do observado nas outras unidades da federação. Olegário apoiou, então, a formação em Minas da Legião de Outubro, agremiação de inspiração fascista, idealizada para oferecer apoio ao novo regime. O surgimento da nova organização comprometia as bases políticas do PRM, o que fez com que Arthur Bernardes se opusesse decididamente à sua consolidação. Olegário chegou a anunciar a incorporação do PRM à Legião de Outubro, mas os seguidores de Bernardes reagiram contra isso e, ainda que enfraquecidos, mantiveram o partido em funcionamento. Ao mesmo tempo, Olegário foi vítima, em agosto de 1931, de uma tentativa de golpe para afastá-lo do governo mineiro, articulada por Oswaldo Aranha e outros membros do governo federal. O golpe, no entanto, foi derrotado pela ação da Força Pública estadual, comandada por Gustavo Capanema, membro de seu secretariado. Em fevereiro de 1932, Olegário tentou promover a unificação das forças políticas mineiras no Partido Social Nacionalista. Essa tentativa, contudo, fracassou com início do movimento constitucionalista em São Paulo, que voltou a dividir os mineiros. Olegário, que no início de 1932 se havia mostrado simpático à proposta de reconstitucionalização do país, preferiu permanecer fiel ao governo federal quando o levante foi deflagrado pelos paulistas, no mês de julho. Nesse sentido, enviou tropas mineiras para combater os rebeldes e tomou medidas punitivas contra os elementos que tentararm promover ações de apoio aos paulistas a partir do território de Minas, como os ex-presidentes Artur Bernardes e Venceslau Brás. No início de 1933, participou da fundação do Partido Progressista (PP), que obteve expressiva vitória nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, realizadas em maio daquele ano. Morreu em Belo Horizonte, em 5 de setembro de 1933 (cf. www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/biografias).