Nascimento: séc. XVII Fidalgo da Casa Real Portuguesa e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Sertanista, acompanhou seu pai, Fernão Dias Paes Leme, na expedição de 1674 em busca do sertão do Sabarabuçu. Logo após a morte deste, em 1681, às margens do Rio da Velhas, remeteu à Câmara de São Paulo e a Lisboa as amostras de pedras encontradas, que foram rejeitadas pelos lapidários do reino, por tratar-se não de esmeraldas, mas de ametistas. Indo ele próprio a Portugal, na companhia de seu tio, o Padre José Leite da Silva, ofereceu-se para continuar as pesquisas iniciadas pelo pai. De volta ao Rio de Janeiro, fez, às suas expensas, duas entradas ao sertão do Sabarabuçu. Logo após a primeira entrada, recebeu a notícia de ter sido provido no cargo de Capitão-Mor e Administrador das entradas e descobrimentos das Minas. É mencionado, em carta régia de 1697, como o "primeiro que descobriu ouro de lavagem nos ribeiros que correm para a serra do Sabarabuçu" (cf. Franco, Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil, p. 216). Foi dos primeiros povoadores das Minas. De 1702 a 1705, abriu o Caminho Novo entre as Minas e o porto do Rio de Janeiro, também a suas expensas. Em 1702, foi nomeado Guarda-Mor Geral das Minas por três vidas, "com a possibilidade de designar guardas-mores distritais, o que ele fez em vários de seus aparentados", bem como o título de Fidalgo da Casa Real. Em 1709, "foi agraciado com a guarda-moria vitalícia e por cinco vidas", título herdado por seu filho Pedro Dias Paes Leme e que "só se extinguiria em 1858, quando Pedro Betim Paes Leme, filho do marquês de São João Marcos (...) fez dele renúncia". Em 1711, por ocasião da invasão do Rio de Janeiro pelos franceses, ficou responsável "por colocar em segurança no alto da Serra do Mar todo o ouro que se achava na Casa da Moeda, transportado por índios a seu serviço", além de ter enviado para o combate no Rio uma tropa de índios puris. Como recompensa por esses serviços, recebeu, em 1718, "quatro sesmarias na região da Borda do Campo e mais uma para cada filho", bem como "o padrão de cinco mil cruzados anuais". Embora transitasse constantemente por São Paulo e o Rio de Janeiro, permaneceu nas Minas por em torno de quarenta anos, tendo residido em São Sebastião. Faleceu em 1738, em sua fazenda do Paraíba. (cf. Almeida, Uma nobreza da terra com projeto imperial, p. 138-141)