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José Lannes Dantas Brandão, Guarda-Mor (José Fernandes de Lana)

Nascimento: séc. XIX
Natural do arraial de São João Batista do Presídio (atual Visconde do Rio Branco, MG). Com seu irmão Joaquim, passou a assinar Lannes. É considerado o desbravador do vale dos rios Carangola e Muriaé, entre os anos de 1821 e 1831. Com pequenas variantes, o fato de que se tenha embrenhado pelo sertão é atribuído a sua deserção da Milícia de D. João VI ou de uma tropa policial de Ponte Nova (MG). Conforme a primeira versão, José Lannes teria chegado ao Rio de Janeiro (RJ) por volta de 1820, acompanhando uma tropa carregada de mercadorias originárias da fazenda de seu pai, alistando-se então na Milícia de D. João VI, em que rapidamente ascendeu ao posto de sargento. Em seguida, desentendeu-se com um alferes de nome Manoel de Souza, que, a tropa estando aquartelada em Niterói (RJ), ordenou-lhe que levasse cartas e presentes a uma sua namorada, o que foi por ele recusado. Como o alferes tentasse, em reprimenda, chicoteá-lo, José Lannes revidou os golpes e, sabendo da gravidade do acontecido, resolveu desertar. Assim foi que, contornando o litoral fluminense, chegou ele às margens do rio Paraíba, cujo curso subiu até atingir o rio Muriaé e, seguindo então curso deste, as terras dos índios puris, na hoje Fazenda da Conceição. Daí prosseguiu viagem, com uma escolta dos índios puris, e, chegando ao rio Carangola, enveredou-se por ele atingindo a cachoeira de Tombos, de onde retornou pelo caminho percorrido na ida, assinalando então, na sua passagem, os locais das atuais cidades de Porciúncula (RJ) e Natividade (RJ). Após a proclamação da independência do Brasil, pôde José Lannes deixar a clandestinidade, tendo provocado que seu pai e seus irmãos se mudassem para os novos territórios, onde cedeu terras, às margens do Rio Carangola, a seus irmãos Francisco e Antonio, as deste último tendo sido chamadas de Nossa Senhora de Natividade do Carangola (atual Natividade, RJ). Aderiu José Lannes, então residente na Fazenda São José, em Natividade, à Revolução Liberal de 1842, em virtude das relações que mantinha com o Capitão Geraldo Rodrigues de Aguiar, um dos líderes da revolta em São João Batista do Presídio. Tendo sido destacada uma tropa militar procedente Minas Gerais para prendê-lo, obteve ele não só o perdão por sua deserção, como foi beneficiado pela anistia outorgada em 1844 aos revoltosos e homenageado pelo Presidente da Província de Minas Gerais com o título de Guarda-Mor, em vista dos serviços por ele prestados na ocupação das matas ao longo dos rios Carangola e Muriaé. Além da Fazenda São José, em Natividade, onde dedicou-se ao cultivo de café, José Lannes fundou ainda a Fazenda de Porto Alegre, que deu origem à cidade de Itaperuna (RJ). Faleceu em 1852, assassinado por seus escravos, em episódio assim narrado por Dulce Diniz (apud Monteiro): "Os escravos de José de Lannes estavam fazendo uma roçada sob a feitoria do genro de José de Lannes, de nome Manoel José Ribeiro. (...) Estavam revoltados porque desejavam se libertar, havendo, inclusive, uma conspiração geral nesse sentido. Essa rebelião tinha data marcada para se realizar, mas três escravos, Francisco Calafate, José e Miguel, por engano, anteciparam o dia que estava previsto. Mataram a foiçadas o feitor Manoel José Ribeiro e mandaram um recado para José de Lannes nos seguintes termos: 'Uma cobra venenosa ofendeu o sinhô moço, venha socorrê-lo. José de Lannes muniu-se de remédios caseios e, apressadamente, dirigiu-se ao local procurando saber como e onde seu genro havia sido mordido pela serpente, porém seus escravos respondiam com evasivas. Então José de Lannes agiu energicamente, culminando com seu assassinato. (...) Quando os escravos se dirigiam para a fazenda a fim de completar o serviço e exterminar toda a família, chegaram uns cavaleiros que vinham visitar José de Lannes. Pensando que fosse reforço contra seus intentos, fugiram [os escravos] para a fazenda de Francisco de Lannes, irmão e adversário político de José de Lannes. Como José de Lannes era liberal e Francisco era conservador, os escravos pensavam que eles eram inimigos mesmo. Francisco ludibriou os escravos dizendo-lhes que fizeram muito bem e mandou que fossem debulhar milho no paiol, mas que deixassem as foices e enxadas do lado de fora que ele ia oferecer-lhes um jantar de comemoração. Os escravos, felizes da vida e cantando, foram fazer o que o irmão do assassinado mandara. Francisco mandou avisar aos vizinhos e ao irmão, Antonio, a ocorrência, pedindo-lhes que viessem armados para prenderem os criminosos." (cf. Monteiro, Experiências instituintes no sistema público de ensino, p. 88-92; Carvalho, Imigrantes italianos em uma nova fronteira, p. 23-31; http://www.ferias.tur.br/informacoes/7020/porciuncula-rj.html)

Pai:
João Fernandes de Lana


Pai:
Domingos Fernandes Barroso
Mãe:
Antonia Thereza de Jesus Lana

Mãe:
Maria Joaquina Polidora

Irmãos:
Domingos Fernandes de Lana ( séc. XVIII )
Luiz Fernandes de Lana, Sargento-Mor ( séc. XVIII )
José Lannes Dantas Brandão, Guarda-Mor (José Fernandes de Lana) ( séc. XIX )
Antonia Fernandes de Lana ( )
Antonio Fernandes de Lana ( )
Francisco Fernandes de Lana ( )
Joaquim Fernandes de Lana ( )

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