Julio Cesar Ribeiro Vaughan, Jornalista (Julio Ribeiro)

Nascimento: 16/4/1845
Natural de Sabará (MG). Após estudos iniciais em Sabará, transferiu-se, em 1862, para a Corte (Rio de Janeiro), a fim de ingressar na Escola Militar, a qual abandonou em 1865, mudando-se para São Paulo (SP). Ficou conhecido como filólogo, jornalista e romancista. Dominando o grego e o latim, além de línguas modernas como o francês, o italiano e o espanhol, tornou-se, por concurso, professor do Curso Anexo da Faculdade de Direito de São Paulo. Fundou e dirigiu vários jornais, como O Sorocabano (1870-1872), e colaborou com vários outros, como a Gazeta do Povo (1880), adotando uma postura anticlerical e combativa, na defesa de causas como o abolicionismo e a república. Foi nomeado, em 1889, professor de retórica do Instituto de Educação Secundária de São Paulo. Publicou os seguintes livros: Padre Belchior de Pontes (romance histórico, Campinas, 1876,1877, 2 volumes), Traços gerais de linguistica (1880), Grammatica portuguesa (São Paulo, 1881), Cartas sertanejas (São Paulo, 1885), A carne (romance naturalista, São Paulo, 1888), Nova gramática da língua latina (1896). É consenso que sua gramática da língua portuguesa "foi uma inovação contra a rotina", o romance A carne tendo despertado viva polêmica, especialmente da parte do Padre Sena Freitas, que qualificou a obra como "carniça", tendo sido por sua vez apelidado, nas respostas do autor, de "urubu" (os artigos de ambos foram reunidos em Uma polêmica célebre, livro publicado em 1935). Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Casado com Belisaria Pinheiro Ribeiro, de quem teve a filha abaixo. Faleceu em Santos (SP), em 1o. de novembro de 1890. (cf. Peixoto, Noções de literatura brasileira, p. 271; Fernandes, Só biografias)