Nascimento: séc. 1642 Natural de São Paulo (SP), onde foi batizado em 1642. Casado, a primeira vez, com Maria de Lara, de quem teve os filhos João, Lourenço, Diogo, Simão, Maria, Ignacio e Thereza; a segunda vez, casou-se com Anna do Canto de Mesquita, de quem teve os outros filhos. A seu respeito, escreveu Pedro Taques: "serviu repetidas vezes os cargos da república. Habilitou-se com sentença de genere em 1658 para o estado sacerdotal, mas casou-se. Em 1680 foi juiz ordinário e de órfãos. Teve cordial devoção ao serviço da Purificação de N. Senhora; e para ser todos os anos aplaudida esta sagrada imagem colocada na igreja do colégio dos jesuítas em altar colateral, ficou sendo seu padroeiro, com o concurso de seu cunhado o capitão-mor governador e alcaide-mor Pedro Taques de Almeida, e ambos por alternativa anual faziam esta. (...) Vivia no retiro de uma quinta, vulgarmente chamada chácara, situada no alto plano que faz o rio Tamanduateí, unido já com a ribeira Anhangabaú (por detrás do mosteiro de S.Bento em tiro de peça), na campina do sítio da capela de N. Senhora da Luz do Guarê. Nesta quinta se recreava com a cultura de várias flores de um jardim, que era o total emprego dos seus cuidados (único até aquele tempo pois que os moradores de S. Paulo só tinham por interesse ou as minas de ouro, ou as grandes searas de trigo, com a abundância da criação de porcos, de que faziam provimentos para as cidades do Rio de Janeiro e Bahia de Todos os Santos). Com estas flores fazia adornar os altares dos templos, principalmente o de N. Senhora do Carmo de cuja ordem terceira era irmão professo. As suas virtudes e exemplar vida mereceram conseguir uma ditosa morte; porque, enfermado, e conhecendo o perigo da vida se dispôs com todos os sacramentos, tendo atualmente a assistência dos reverendos, que gostosos lhe faziam tão pio obséquio, assim o reverendo comissário dos terceiros como os de S. Francisco, de S. Bento e da Companhia de Jesus, conservando uma tranqüilidade de espírito e católica resignação, expirou no mesmo ponto em que se elevava a sagrada Hóstia pelo celebrante da missa cantada na festa da Purificação, que a ele tocou no dia 2 de fevereiro de 1727. Nunca quis sair da pátria, e por isso, até deixou perder o morgado do Pico Redondo na ilha Terceira, consentindo que os mais parentes os desfrutassem. Apenas por duas vezes aproveitou parte dos rendimentos, que lhe foram enviados por intervenção dos padres jesuítas dos colégios da Bahia e Rio de janeiro, que recebeu em S. Paulo em avultada soma de pano de linho e águas ardentes. Na mesma inércia seguiu o filho primogênito dom João de Toledo Piza Castelhanos, pelo que veio esta casa a perder aquele morgado sem mais causa que a de uma total e indesculpável omissão que se foi difundindo aos demais herdeiros até o presente". Silva Leme, Genealogia paulistana, c. 5, p. 446)