Nascimento: séc. XV-XVI Cristão-Novo, teria mudado para Pernambuco na companhia de Duarte Coelho, em 1535. O certo é que, em 1542, Diogo Fernandes e Pedro Álvares Madeira recebem, do Governador, as terras onde ambos ergueram o Engenho de Camaragibe (PE). Segundo consta, Pedro foi devorado pelos índios tupinambás, o engenho passando a pertencer apenas a Diogo. Casado com Branca Dias, de quem teve os filhos Brites, Felipa, Isabel, Anna, Ines, Andreza, Jorge, Violante e Guiomar, além de mais dois filhos do sexo masculino cujos nomes não se conservaram, um dos quais se teria engajado na vida militar na Espanha, o outro sendo dado como "aleijado", que, por isso, escrevia com os pés. Parece que, tendo nascido em Portugal, estes filhos seguiram com a mãe para Pernambuco apenas em 1551, depois do processo movido pela Inquisição, em Lisboa (Portugal), contra ela, acusada e sentenciada por práticas de judaísmo. Em 1555, um ataque dos índios destruiu as plantações do engenho, conforme declara Jeronymo de Albuquerque, então no governo da capitania, em carta ao Rei de Portugal, na qual pede auxílio para Diogo Fernandes, "gente pobre de Viana", com seis ou sete filhas e dois filhos. Além dos filhos com Branca Dias, teve ainda, com Magdalena Gonçalves, sua criada, a filha Briolanja Fernandes, que foi criada por sua mulher. Conforme denúncias à Inquisição, quando do processo movido contra Bento Teixeira, cujas declarações deram lugar aos processos contra três filhas de Diogo, Brites Fernandes, Andreza Jorge e Briolanja Fernandes, no engenho de Caramagibe funcionava uma "esnoga" (sinagoga), onde se reuniam os judeus da região para secretamente praticar os cultos da lei de Moisés. Faleceu cerca de 1568, provavelmente no Engenho de Camaragibe. (cf. Barreto, Os primitivos colonizadores nordestinos e seus descendentes, p. 158; http://www.engenhocamaragibe.com.br/engenho-camaragibe-21.htm; Processo de Andreza Jorge christam noua natural e moradora no Brasil capitania de Pernambuco casada com Fernam de Sousa xpão nouo presa no carcere do Sancto Officio da Inquisição desta cidade de Lisboa, http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=2306369; Ribeiro, O marranismo no Brasil colônia, p. 123-125; Mello, O nome e o sangue, p. 82-85)